sábado, 8 de setembro de 2012

Chamar a atenção não é prender a atenção.



Tenho andado olhando ao redor,
observando quadros, paredes, lustres.
Olhando para o céu, para o sol, para a lua,
para as estrelas, constelações.

Vejo os animais, as crianças, os idosos.
Reparo nos movimentos, nos sons, no silêncio.
Como as pessoas agem, como são, como fazem.
A cada dia me apaixono por uma mulher diferente,
cada dia por aspectos diferentes.
Um dia é um sorriso, outro dia, os olhos.
Um jeito diferente, uma covinha na bochecha,
um jeitinho de falar,
ou até algo sem motivo, que cativa de maneira penetrante.
Um jeito meigo de ser, meio duvidoso.
Mas, é só passar algumas horas e depois
eu percebo que aquilo só me chamou a atenção.
Nem prendeu atenção, só chamou mesmo.
Não prende, porque para prender a atenção
precisa de muito mais.
Muito mais do que os olhos podem ver.
Mais, ao ponto de os olhos não perceberem.
Ao ponto de me fazer lembrar uma hora depois,
um dia depois, uma semana depois.

Imagine, aquilo que o photoshop não consegue mudar.

Ah, viva o intangível. Viva o bom caráter.
Viva a personalidade...
E por mais clichê que pareça...
Viva os bons sentimentos...
Viva, o amor.

Ricardo Kennerly