sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Vem!



Vem aqui e olhe nos meus olhos para falar.
Vem, e me diz tudo, tudo que eu nunca ouvi até agora.

Não tenha medo de dizer nada,
eu não quero que nenhuma palavra fique presa ai dentro.
Eu sei que você fica ensaiando na cama antes de dormir,
sei que enquanto come, caminha, toma banho, sei que imagina o que dizer.
Eu não sou diferente de você,
vivo imaginando o que falar,
sonhando com o que fazer para que você possa entender.
Não invente nada, e não esconda nada.
Diga apenas a realidade, e toda realidade.
Eu não quero palavras sem sentido,
não quero indecisão nenhuma.
Se for para gaguejar,
que seja de vergonha, e não porque não sabe qual desculpa dizer.
Lembra da ultima vez que prometeu a você mesma
que na próxima vez seria diferente, seria verdadeiro, seria sincero?
Eu não quero que duvide de mim,
não quero que abaixe a cabeça enquanto eu falo.
Olhe nos meus olhos,
sinta minhas palavras.
Pegue no ar o sinal que existe nessa troca de olhares.
Não é atoa...
quando você sente aquele friozinho por dentro,
quando lá dentro está frio, mas nas extremidades do corpo, sua.
Não é atoa que nem você mesma consegue entender.
Entender eu também não consigo,
mas ao mesmo tempo, eu nem quero entender.
Entender o que? Pra que?
Criaria paranoias, inventaria desculpas.
Mas não é isso que eu quero.
Quero viver exatamente isso. Essa Duvida que persiste aqui dentro.
Esse sentimento de insegurança. Insegurança que é minha, não sua.
Sendo minha, eu consigo engolir.
E quando for sua, apenas me fale o que sente.
E eu tento fazer o resto.

RKN